Literatura

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quarta-feira, 23 de março de 2011

180 anos da Biblioteca Pública de Olinda



Por: Maria das Dores de Andrade

No último dia dez de dezembro de 2010, comemoraram-se em Olinda os cento e oitenta anos (180) da assinatura do decreto de fundação de varias bibliotecas, entre elas, a de Olinda. Que inicialmente teve seu funcionamento no convento Franciscano, para atender os alunos da faculdade de Direito de Olinda.
Cento e oitenta anos nos separam daquele dia, muitas mudanças ocorreram em nosso país, entre estas a queda do poder imperial, a instalação da república, e na república vários períodos de ditaduras e duas redemocratizações, mas, as condições de leitura e de produção literária continuam precárias.
Apesar do atual esforço empreendido pelo ministério da Cultura para Zera o déficit de municípios sem bibliotecas, tem sido prática comum, o fechamento de bibliotecas entre trocas de governos municipais. Uma prática que obrigou o ministro Juca Ferreira afirma que irá produzir uma portaria ministerial que proíbe municípios, sem biblioteca receberem verbas do ministério da Cultura.

Medita que pessoalmente acho mais que justa, haja vista, a utilização destas verbas, um município que nega aos seus moradores o acesso a leitura, não deve fazer bom uso de verbas para a cultura, já que, segundos estudos recentes publicados na revista Americana Science, que afirma: “Literalmente a leitura modifica o cérebro, estruturas são modificadas e reorganizadas para acomodar a nova atividade. O papel crítico da mente se desenvolve e logicamente vota-se melhor.
Portanto para certos políticos é na verdade um contra-censo investir em leitura. Podendo esta atividade tira-lhe as condições necessárias a sua reeleição. Preferem gastar o dinheiro da cultura em festas de ruas, pagando cachês astronômicos a bandas de música de gosto duvidoso, garantindo, assim, a produção de uma opinião massificada, a proliferação do desrespeito a figura da mulher. O batidão ainda garante sexo sem compromisso, produzindo filhos órfãos de pais vivos, desrespeito e mais exclusão.
Monteiro Lobato afirmou, que uma nação se faz com homens e livros. E eu afirmo, uma pátria verdadeiramente soberana se faz com, homens e mulheres críticos, leitura e produção de literatura democratizadas e bibliotecas abertas.
Em dois mil e nove fiz o meu trabalho de conclusão de curso na área de Letras, sobre o uso da poesia na sala de aula, dos muitos teóricos que visitei, alguns eram especialista em leitura, e ele são unanimes em afirmar, que a fruição literária garante ganhos significativos para a vida social e afetiva das pessoas, e é esta leitura que a biblioteca oferece diferente da escola.
Fechar bibliotecas em peno século vinte é um crime contra a nação, a cidadania e aos valores democráticos. Então se abram portas, paginas, palavras, para que todos possam fruir, ler, recitar, produzir. E tornar viva a literatura nacional através do movimento de leitura.  

HISTÓRICO – Foi no dia 07 de dezembro de 1830, época em que Olinda era a capital da província de Pernambuco, que foi criada, através de Decreto Imperial, a primeira Biblioteca do Estado, localizada no Convento dos Franciscanos. Depois de sucessivas mudanças de sede, a Biblioteca Municipal de Olinda foi instalada na casa de número 100 da Praça do Carmo, uma das mais antigas construções da cidade.
consulta 13/12/2010